domingo, 24 de julho de 2011

SEXO E ORAÇÃO


SEXO E ORAÇÃO

Dois amigos surdos se encontram no meio do caminho e se cumprimentam...
— Olá, que bom te ver! Vai pescar?
— Não! Eu vou pescar.
— Ah! Tá bom! Pensei que você fosse pescar...
Engraçadinha a história, mas o fato é que, mais ou menos, é assim que homens e mulheres tendem a conversar na maioria das vezes.
Depois de demonstrar toda a sua atenção, carinho e, principalmente, excitação sexual, qual homem nunca se surpreendeu com a pergunta repentina de uma mulher: “você me ama?” ?
Já, as mulheres, sentem-se desoladas e inseguras quando descobrem que o seu parceiro jamais consegue entendê-la profundamente. Superficialmente talvez, mas, completamente, eles nunca conseguem perceber todos os sinais tão claros e óbvios que elas dão sobre suas necessidades de serem simplesmente abraçadas, ouvidas ou ganharem um chocolate sem precisar pedir.
Em 99% dos casos, o problema não está na falta de amor ou algum desvio de conduta, mas na forma como homens e mulheres comunicam este amor que sentem um pelo outro. A questão é que homens, naturalmente, olham e sentem o mundo através da perspectiva deles, homens/machos, e julgam agradar as mulheres com aquilo que agrada a eles mesmos; semelhantemente as mulheres, pensando com categorias femininas, procuram satisfazer ao homem dando a eles o que elas desejariam receber. As duas experiências são completamente frustrantes e insuficientes para os dois lados. Homens e mulheres deveriam prestar mais atenção nas necessidades do outro e não somente concluírem que as suas próprias carências, refletidas no outro, é o que ele/ela desejaria receber. Até aqui, nada demais, muitos livros, sites, programas de TV, terapeutas e artigos de revistas masculinas e femininas já disseram tudo isso e ainda vamos continuar encontrando alguém fazendo sempre a mesma pergunta: “onde é que eu estou errando, então?”.
Não sou do tipo “conselheiro sentimental”, não me sinto “o experiente” ou “o sabe tudo”, eu também enfrento meus desafios diários nos relacionamentos, muitas vezes pedindo socorro. Tal qual o ferido que tenta ajudar outros feridos a se curarem também, eu vou construindo minha vida e aprendizado como qualquer ser humano normal da terra, na base da tentativa e erro. Ainda não dá para saber se mais errei ou se mais acertei até aqui, mas olho pra frente esperançosamente e continuo caminhando com alegria. Volta e meia algumas lágrimas me vêm aos olhos ou à lembrança tentando me paralisar, mas olho novamente para o caminho e volto a sorrir.
Às vezes, antevendo problemas já vividos por mim ou por conhecidos, dou a volta por outro caminho e aprendo a encontrar novas soluções para velhas questões. Algumas vezes dá certo, outras vezes é preciso percorrer todo o caminho de volta e descobrir que não existe fórmula pronta, nem mágica, para construir um relacionamento saudável para ambos.
Se existe um caminho para encontrar a resposta certa ou mais próxima do ideal, a exigência padrão em todas as situações é: amor, verdade, dedicação e paciência. Sem estes quatro elementos funcionando e interagindo entre si e entre um homem e uma mulher não dá para encontrá-lo.
No que tange à praticidade do dia-a-dia, correndo o risco talvez de ser um tanto reducionista demais, mas falando de forma simples, franca e sem rodeios sobre os caminhos daqueles que se amam, os dois lados precisam entender que, via de regra, homens se prendem com as pernas abertas; as mulheres com carinho e segurança todos os dias.
Não há nada mais terrível para uma mulher do que um homem que não a trate como prioridade, que não lhe transmita uma certa estabilidade emocional, cumplicidade ou que não saiba ouvi-la nem respeitá-la. Por outro lado, os homens tendem a se sentir extremamente desmotivados e se distanciam de relacionamentos onde suas parceiras não demonstram, de forma objetiva e prática, que sentem admiração e desejo sexual por ele.
Falando assim pode parecer meio machista para as mulheres, mas a verdade é que, uma mulher que pretenda segurar espontaneamente, em amor, o seu marido, deve se comportar como se fosse o sonho de consumo sexual dele e se dar todos os dias. Sim! Todos os dias mesmo! No entanto, o homem que deseja a fidelidade e admiração de sua esposa, deve aprender a cativá-la e cultivar o amor, o respeito, o carinho, a atenção dispensada, os cortejos, as lembranças, as declarações verbais e físicas de amor, a sensação de proteção, a entrega da própria vida em favor da amada e o amparo emocional durante toda a vida em comum e não somente durante a conquista.
Na visão bíblica do apóstolo Paulo, a falta de relações sexuais entre um casal é o motivo pelo qual muitos casamentos são tentados e, algumas vezes, levados à falência. Ele diz: “Não se recusem (sexualmente) um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio.” (I Coríntios 7.5)
Não somente o sexo, mas a relação comum-unitária entre um homem e uma mulher em toda a sua complexidade, intimidade e conjugalidade são expressões profundamente espirituais. O apóstolo Pedro demonstra esta realidade afirmando o seguinte: “Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações.” (I Pedro 1.7)
Tirando o que não seja perversão, doença ou indignidade; entre um casal que se ama e resolve assumir a vida em comum, vale toda a entrega, toda a doação, toda a busca sexual e prazerosa como culto de gratidão ao Senhor e comunhão entre marido e mulher. E por relação sexual não considero somente o coito em si, mas o olhar, o abraço, a poesia, a devoção, a parceria, a dança, a fidelidade, o carinho, o pensamento, o peito e corpos mutuamente abertos um ao outro.
O Deus que criou o gozo sexual te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Pablo Massolar
www.ovelhamagra.com

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia

Leitura: Salmo
O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.


Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.


A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:


"Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.


Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, "desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher" (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).


A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.


Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo".


Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie"

domingo, 10 de janeiro de 2010

Autoridade, Intelecto, Coração


Por Benjamin B. Warfield (1851-1921)
O breve ensaio que se segue foi originalmente publicado no “The Presbyterian Messenger” (O Mensageiro Presbiteriano) em 30/01/1896.
* * *
A exata natureza da íntima relação entre religião e teologia nem sempre é percebida. Algumas vezes, a religião é produto direto da teologia; com maior freqüência, teologia é compreendida como sendo diretamente baseada na religião. A verdade é que apesar delas refletirem continuamente, uma sobre a outra, uma não é criação da outra. Elas são produtos paralelos do mesmo corpo de verdades, em diferentes esferas. Religião é o nome que nós damos à vida religiosa; teologia é o nome que damos ao corpo sistematizado do pensamento religioso. Uma não é produto da outra, mas ambas são produtos da verdade religiosa, operante nas duas esferas da vida e pensamento. Uma não pode existir sem a outra. Ninguém, exceto um homem religioso, pode ser um verdadeiro teólogo. Ninguém que é livre de toda concepção teológica pode viver de modo religioso. O homem é uma unidade e a verdade religiosa que o influencia deve afetá-lo em todas as suas atividades, ou em nenhuma delas. Mas é na origem da verdade religiosa que lhes é comum, que a religião e a teologia encontram suas mais profundas ligações. A verdade concernente a Deus, Sua natureza, Sua vontade, Seus propósitos, é o fato fundamental sobre o qual a religião e a teologia repousam. A verdade sobre Deus é, portanto, o que há de mais importante sobre a Terra. Sobre ela descansa nossa fé, nossa esperança e nosso amor. Através dela somos convertidos e santificados. Dela depende toda nossa religião, bem como toda nossa teologia.
Existem três meios ou canais pelos quais a verdade sobre Deus é trazida ao homem e feita sua possessão, para que possa afetar sua vida e assim fazê-lo religioso, ou para que possa ser sistematizado em seu pensamento resultando em teologia. Estes três meios ou canais de comunicação podem ser enumerados resumidamente como autoridade, o intelecto e o coração. Em qualquer religião sadia e em qualquer pensamento religioso verdadeiro, o qual é teologia, todos os três devem estar ligados e devem trabalhar harmoniosamente juntos como a causa imediata de nossa religião e nosso conhecimento. Dar mais importância a qualquer um deles, em detrimento dos outros, irá, então, frustrar nossa vida religiosa e nosso pensamento religioso, igualmente e fará ambos parciais e disformes. Não podemos ter uma vida religiosa simétrica, ou uma verdadeira teologia, a não ser através da perfeita interação de todas as três fontes de comunicação da verdade.
Entretanto, pode-se argumentar, plausivelmente, que os três se reduzem, no fim das contas, a um só; e que este único canal da verdade, por sua vez, pode, com quase igual plausibilidade, ser encontrado em cada um dos três. Deste modo, pode se concluir que nossa confiança no processo de nosso intelecto e na liberação de nossos sentimentos, baseia-se na fidelidade de Deus; assim, afinal, a autoridade é a única fonte do nosso conhecimento que concerne a Deus. Sabemos somente o que e quanto Deus nos revela.
Semelhantemente, pode ser argumentado que toda a máxima da autoridade é endereçada ao intelecto, que também é o único instrumento para apurar as implicações dos sentimentos; assim sendo, toda nossa fonte de conhecimento reduz se, pelo menos, a esta única fonte: o intelecto. Sabemos apenas aquilo que nosso intelecto compreende e formula para nós.
Uma vez mais, pode ser argumentado que não a razão lógica, mas os fatos da vida, nossos esforços supernos, nossos sentimentos de dependência e responsabilidade, suprem os pontos de contatos entre nós e Deus, sem os quais todos os trovões da autoridade e toda excursão do pensamento no reino das coisas divinas, poderiam ser tão incompreensíveis para nós e tão inoperante em nós, como uma conversa sobre cores seria para um homem cego.
Há verdade em cada uma destas considerações; mas elas não servem para mostrar que temos somente um meio de acesso às coisas divinas; antes enfatizam o fato que as três fontes estão tão entrelaçadas e interagindo, que uma não pode ser superestimada, em detrimento das outras, como único canal de conhecimento concernente a Deus e às coisas divinas.
A superestima do princípio da autoridade poderia nos lançar no tradicionalismo e por fim nos entregar, de pés e mãos amarradas, ao dogmatismo irresponsável de uma casta privilegiada. Este é o caminho que tem sido trilhado pela Igreja de Roma, e que resulta numa submissão desanimada à máxima, primeiro de uma igreja infalível, depois de urna classe infalível e por fim de uma pessoa infalível. Aqui, nem ao coração, nem ao intelecto, é permitido falar na presença da “soberana” autoridade; mas homens são dirigidos, obedientemente, a receber pela autoridade, mesmo o que contradiz suas mais primárias percepções (como na doutrina da transubstanciação), ou o que se aproveita dos seus mais íntimos sentimentos (como no uso das indulgências).
A superestima do princípio do intelecto poderia nos trazer ao racionalismo e nos deixar sem ajuda, de posse do mero entendimento lógico. Este caminho tem sido seguido pelos racionalistas, e nós temos, como resultado, alguma quantidade de sistemas a priori, construídos, unicamente, sobre o mérito da faculdade da razão. Aqui, nem à revelação, nem à consciência, é permitido promover um protesto contra o deprimente processo intelectual; mas, todas as coisas são restabelecidas a convite de preferências conhecidas anteriormente e requer-se dos homens que rejeitem, como falso, tudo que não tenha prova concludente à mão, mesmo que Deus tenha falado para asseverar sua verdade (como na doutrina da Trindade) ou o coração diz: “eu tenho experimentado” (como no pecado original).
A superestima do princípio do coração poderia nos lançar no misticismo e nos entregar ao engano da corrente de sentimento que flui para cima e para baixo em nossas almas. Este caminho tem sido experimentado pelos místicos, e nós temos como resultado o conflito de revelações antagônicas e a deificação das mais mórbidas imaginações humanas. Aqui, nem à verdade objetiva da palavra revelada, nem à lealdade ao pensamento racional, é permitido confrontar o sonho desvairado de uma alma que se imagina divina, ou a confusão de nossos mais fracos sentimentos, com a forte voz de Deus; e os homens são proibidos de elucidar suas fantasias rudes por justa razão (como na doutrina da absorção em Deus), ou crer no testemunho do próprio Deus sobre sua real natureza (como com referência a sua personalidade).
Portanto, autoridade quando imposta além do limite se tornando tradicionalismo, intelecto no racionalismo e o coração no misticismo, ilustra o perigo de uma edificação parcial.
Autoridade, intelecto e o coração são os três lados do triângulo da verdade. Como eles interagem é observado em qualquer estágio concreto de sua operação.
Autoridade nas Escrituras, provê a substância que é recebida no intelecto e opera no coração. As revelações das Escrituras não acabam no intelecto. Elas não foram dadas meramente para iluminar a mente. Elas foram transmitidas através do intelecto para embelezar a vida. Elas acabam no coração. Elas não deixam o intelecto intocado, se afetam o coração. Elas não podem ser totalmente entendidas pelo intelecto, agindo sozinho. O homem natural não pode receber as coisas do Espírito de Deus. Elas devem primeiro converter a alma antes de serem completamente compreendidas pelo intelecto. Somente quando são vividas, são entendidas. Por isso a frase: "Creia para que possa entender" é totalmente válida. Nenhum homem pode compreender, intelectualmente, todo o significado das revelações da autoridade, salvo como resultado de experimentá las na sua vida. Por isso, para que as verdades concernentes às coisas divinas possam ser compreendidas de tal forma, que se unam com um verdadeiro conjunto de verdade divina, elas devem ser: primeiro, reveladas em uma palavra autoritativa; segundo, experimentadas num coração santo; e terceira, formuladas por um intelecto santificado. Somente quando estes três se unem, então, podemos ter uma verdadeira teologia. E, igualmente, para que estas mesmas verdades possam ser recebidas de forma a produzir em nós uma religião viva, elas devem ser: primeiro, reveladas em uma palavra autoritativa; segundo, apreendidas por um intelecto sadio; e terceiro, experimentadas num coração instruído. Somente nesta união, portanto, podemos ter uma religião vital.

Apascentando ovelha ou entretendo bode


C.H. Spurgeon
* * *
Um mal acontece no arraial professo do Senhor, tão flagrante na sua impudência, que até o menos perspicaz dificilmente falharia em notá-lo. Este mal evoluiu numa proporção anormal, mesmo para o erro, no decurso de alguns anos. Ele tem agido como fermento até que a massa toda levede.
O demônio raramente fez algo tão engenhoso, quanto insinuar à Igreja que parte da sua missão é prover entretenimento para o povo, visando alcançá-los. De anunciar em alta voz, como fizeram os puritanos, a Igreja, gradualmente, baixou o tom do seu testemunho e também tolerou e desculpou as leviandades da época. Depois, ela as consentiu em suas fronteiras. Agora, ela as adota sob o pretexto de alcançar as massas.
Meu primeiro argumento é que prover entretenimento ao povo, em nenhum lugar das Escrituras, é mencionado como uma função da Igreja. Se fosse obrigação da Igreja, porque Cristo não falaria dele? "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Lc.16:15). Isto é suficientemente claro. Assim também seria, se Ele adicionasse "e provejam divertimento para aqueles que não tem prazer no evangelho". Tais palavras, entretanto, não são encontradas. Nem parecem ocorrer-Lhe.
Em outra passagem encontramos: "E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres"(Ef.4:11). Onde entram os animadores? O Espírito Santo silencia, no que se refere a eles. Os profetas foram perseguidos por agradar as pessoas ou por oporem-se a elas?
Em segundo lugar, prover distração está em direto antagonismo ao ensino e vida de Cristo e seus apóstolos. Qual era a posição da Igreja para com o mundo? "Vós sois o sal da terra" (Mt.5:13), não o doce açúcar – algo que o mundo irá cuspir, não engolir. Curta e pungente foi a expressão: "Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos"(Mt.8:22). Que seriedade impressionante!
Cristo poderia ter sido mais popular, se tivesse introduzido mais brilho e elementos agradáveis a sua missão, quando as pessoas O deixaram por causa da natureza inquiridora do seu ensino. Porém, eu não O escuto dizer: "Corre atrás deste povo Pedro, e diga-lhes que teremos um estilo diferente de culto amanhã; algo curto e atrativo, com uma pregação bem pequena. Teremos uma noite agradável para eles. Diga-lhes que, por certo, gostarão. Seja rápido, Pedro, nós devemos alcançá-los de qualquer jeito!".
Jesus compadeceu-se dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca pretendeu entretê-los.
Em vão as epístolas serão examinadas com o objetivo de achar nelas qualquer traço do evangelho do deleite. A mensagem que elas contêm é: "Saia, afaste-se, mantenha-se afastado!"
Eles tinham enorme confiança no evangelho e não empregavam outra arma.
Depois que Pedro e João foram presos por pregar o evangelho, a Igreja reuniu-se em oração, mas não oraram: "Senhor, permite-nos que pelo sábio e judicioso uso da recreação inocente, possamos mostrar a este povo quão felizes nós somos". Dispersados pela perseguição, eles iam por todo mundo pregando o evangelho. Eles "viraram o mundo de cabeça para baixo". Esta é a única diferença! Senhor, limpe a tua Igreja de toda futilidade e entulho que o diabo impôs sobre ela e traze-a de volta aos métodos apostólicos.
Por fim, a missão do entretenimento falha em realizar o objetivo a que se propõe. Ela produz destruição entre os jovens convertidos. Permitam que os negligentes e zombadores, que agradecem a Deus porque a Igreja os recebeu no meio do caminho, falem e testifiquem! Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o bebado para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de promover entretenimento não produz convertidos verdadeiros.
O que os pastores precisam hoje, é crer no conhecimento aliado a espiritualidade sincera; um jorrando do outro, como fruto da raiz. Necessitam de doutrina bíblica, de tal forma entendida e experimentada, que ponham os homens em chamas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma canção




Uma amiga me enviou hoje a dica de uma canção. Uma bonita canção! (Gringa, acho que daqui dos EUA mesmo) Essa canção me fez pensar um pouco:


Os dias são presentes de cima, e devemos lembrar-nos de viver e amar
Sei que uns não parecem tão bons, mas...
São dias que precisam ser vividos,
São partes de um grande aprendizado.
Por isso,
nós vivemos,
nós amamos,
nós perdoamos
e nunca nos rendemos.


(OU DEVERIAMOS FAZER ASSIM!)

Lembrei logo deste versiculo:


Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.
(Salmos 90:12)

Como temos aproveitado (ou contado) esses presentes que Deus tem nos dados?

sábado, 19 de setembro de 2009

Carta a um amigo


Oi Amigo,

Graça e Paz,

As partes que compõe a liturgia, seja ela a oração, o louvor, uma peça de teatro, ou até mesmo uma dança, tem que estar em harmonia com a mensagem que será apresentada. Nosso problema hoje não é litúrgico, quanto a uma parte ou outra da liturgia, mas com a harmonia dessas partes com a pregação. A pregação é o centro de tudo. Nossa maior carência é discernimento. Discernir o certo do errado, e ter coragem de confrontar o erro. Exemplo, Você já reparou nas letras dos hinos e canções? Certa vez, pedi a equipe de louvor da igreja que mudasse uma palavra de uma determinada música: ... Ansiando oferecer algo de valor pra abençoar teu coração ... ninguém pode abençoar o coração de Deus! Eles ouviram, e mudaram a letra para ALEGRAR (o restante da letra é linda, fala que Jesus é a essência da adoração e que precisamos voltar a Ele). Mudamos apenas a palavra que traria uma idéia teológica errada. Outra vez, falamos da postura e da roupa de determinada pessoa, e isso também foi corrigido. O Discernimento, aproxima, corrige, conserta. A Intolerância ou Frouxidão, nos afastam uns dos outros e nos deixam pobres da VERDADE, a que liberta.
Francisco, no salmo 150, aprendemos: COMO (de que maneira), QUANDO (em que tempo), AONDE (que local), E PORQUE (o motivo) DEVEMOS LOUVAR AO SENHOR. Acho que está bem claro! Você acha que temos o direito de determinar o que Deus gosta sobre louvor e adoração? Hinos ou Cânticos? Sentado ou em pé? Na Igreja, em auditório, na rua, em casa, ou no transito? Ah, mas a questão é o respeito, Temor ao Senhor! Sabe, o respeito (temor) não é igual a cara sisuda ou paletó engomado. Tem muita gente de cara sisuda e terno engomado que está totalmente desrespeitoso. São sepulcros caiados. Cristo honrou a oração totalmente desprovida de ortodoxia de um publicano, em detrimento da oração cheia de ortodoxia e mentira do Fariseu. Deus também entende (Ele é o que mais entende) a tamanha alegria que passava pelo coração de Davi quando ele dança em frente a ARCA DA ALIANÇA. Quiseram até julgá-lo por isso (esposa), mas quem o fez foi repreendido pelo próprio Deus.
Se tiver um propósito, auxiliar na comunicação da mensagem (que deve ser o centro) ou do cântico, acho que a dança, o teatro, a pantomima, o vídeo, a multimídia, enfim, essas ferramentas são válidas sim!


Do seu amigo em terra distante,
Rev. Sundar Andrade
Dallas, Tx 19/09/09

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ore conosco...

Orem conosco:

  • Que encontremos logo nosso apartamento , a um preço barato
  • Um preço barato do carro (carro aqui é muito importante, não existe transporte publico)
  • Pelas pessoas que se propuseram a nos ajudar não "furarem", e que Deus providencie mais pessoas (nossa previsão de aluguel era mais baixa e os carros estão caros).

Sundar Andrade